terça-feira, 15 de maio de 2018
Companhia 4 portas apresenta A Falecida de Nelson Rodrigues nesta quarta-feira.
Por Adriano Martins
Depois de duas noites de espetáculo superando as expectativas tanto em público quanto em qualidade a 4 Portas na Mesa continua a temporada com mais uma peça de Nelson Rodrigues. Desta vez: A Falecida. Com o núcleo de artistas da turma um encenando a sua segunda montagem. Assim como O Beijo no Asfalto, A Falecida enquadra-se no que os críticos chamam de Tragédias Cariocas. “O que me atrai particularmente na obra de Nelson Rodrigues, principalmente nas Tragédias Cariocas, é o que há nelas de elementos expressionistas”, diz Chico Expedito, diretor geral da peça. “Há uma tendência à intensificação expressiva e mesmo caricata da realidade, ao uso livre de elementos reais para apresentar uma visão aprofundada do cotidiano.”
A OBRA
Encenado pela primeira vez em 1953, a obra ainda ecoa na sociedade brasileira atual. Explorando temas universais e tendo como pano de fundo o subúrbio carioca produzindo episódios que não recusam o trivial e o convencional, (cartomantes, adúlteras, incomunicabilidade nas relações, primas fofoqueiras, fanatismo pelo futebol, um enterro com cavalos e penachos, todos esses clichês estão presentes) admitindo até pretextos dramáticos próximos ao inverossímil ou folhetinesco a peça traz o humor corrosivo que é a marca registrada do seu autor. Para Chico “é uma peça muito singular pelo o coloquialismo no diálogo e ao mesmo tempo, no quanto se aprofunda ao desvendar a alma humana”. “Trato A Falecida como uma 'farsa irresponsável', aliás, definição cunhada pelo próprio Nelson.”
A MONTAGEM
É a segunda montagem da Turma Um da 4 Portas em parceria com ECOA. O texto foi adaptado a um elenco jovem e dinâmico, refletindo o ritmo forte do espetáculo mas mantendo-se fiel ao conteúdo. A ambientação e o figurino também foram pensados de acordo com os recursos disponíveis, mas isto não intimida a trupe. Pelo contrário, aliando a trilha sonora, este espetáculo procura romper com o naturalismo cênico e se preocupa apenas em traduzir toda relevância e profundidade do texto.
A DIREÇÃO
Para Chico Expedito a conotação sexual sempre atribuída ao texto não contribui para revelar a sua profundidade. “Sempre achei que havia (nas peças) mais que a conotação sexual, aspecto tão valorizado nos filmes ou em quase todas as montagens produzidas por aí.” “Enxergo uma obra perene, universal e atual, de tal forma nossa e do nosso tempo, que parece ter nascido do âmago dos nossos problemas humanos e estéticos.” E é esta a proposta que poderá ser conferida por todos no Theatro São João quarta (16) e quinta-feira(17). “Acredito que o público de teatro esteja interessado em ver uma realidade que está por trás dessas realidades imediatas de todos os dias queira ver a essência dos personagens e do nosso tempo. Fazer o que se faz em quase todas as montagens produzidas é diminuir a obra de Nelson Rodrigues” - Completa Chico Expedito
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SERVIÇO:
Espetáculo “A Falecida”
Data: 16 e 17 de maio de 2018
Horário: 20h
Local: Theatro São João
Ingresso: Inteira R$ 10,00 / Meia R$ 5,00
Classificação 16 anos
quinta-feira, 10 de maio de 2018
O Beijo No Asfalto
NELSON RODRIGUES COM SOTAQUE SOBRALENSE
A OBRAA primeira encenação do Beijo no Asfalto foi em 1961. Encomendada por Fernanda Montenegro. O teor sexual da peça causou furor em uma sociedade profundamente conservadora. “Os casais muitas vezes saíam constrangidos no meio do espetáculo. Nelson era assim, se auto denominava um 'ex covarde' porque a sua obra tinha a coragem de desvendar tudo o que a sociedade gostaria que ficasse a sombra. No Beijo, além de mostrar com clareza a nossa Comédia Humana, pode exprimir uma verdade privilegiada para o autor, a profunda solidão do homem e a importância da fidelidade ao pensamento individual, não contaminado pelas crenças da cultura de massa.” completa Chico.
por Adriano Martins
Companhia de teatro 4 Portas na Mesa estreia espetáculos de Nelson Rodrigues.
O Beijo no Asfalto estreia neste sábado. Nelson Rodrigues é o dramaturgo brasileiro mais importante do século XX. Em suas obras desvendou-se a alma e a hipocrisia da sociedade brasileira em uma época diferente, com ecos que ressoam até hoje. Os espetáculos estrearão a partir de doze de maio no Teatro São João representam o momento mais significativo de sua obra, os das chamadas tragédias cariocas. Mas esta montagem não tem o sotaque chiado e malemolente dos subúrbios cariocas, e o som do maracatu toma o lugar do samba, dá lugar a malícia cearense, mostrando caráter universal da obra de Nelson Rodrigues. Para Chico Expedito, diretor da peça “O que me atrai na obra de Nelson Rodrigues é que há nelas elementos expressionistas, uma tendência à intensificação expressiva e mesmo caricata da realidade, ao uso livre de elementos reais para apresentar uma visão aprofundada do cotidiano.”
O elenco faz parte de mais uma turma de formação da escola livre de teatro, demonstra o amadurecimento do projeto iniciado há quatro anos. “É a primeira montagem de um elenco maduro, com trajetória reconhecida no teatro sobralense que se mescla a um grupo de iniciantes que dão frescor e ímpeto criativo ao trabalho”, completa Chico. Numa proposta minimalista que busca revelar o essencial do texto original “A montagem se sustenta basicamente no trabalho de interpretação, onde tentamos mostrar o que há por trás do reconhecível imediato, da situação natural vista por olhos não atentos. A luz, ambientação, figurino, adereços e a trilha sonora, criados em sua maioria através de elementos, a princípio, estranhos aos convencionais, só reforçam e explicitam para plateia o que de fato, achamos importante mostrar no texto de Nelson Rodrigues”, confessa Chico que não esconde o prazer e a realização de trazer esta peça aos palcos sobralenses.
Para Chico Expedito a obra também traz um caráter especial “É a primeira vez que me arrisco a montar as obras de Nelson, sempre achei que havia nelas mais que a conotação sexual, (aspecto tão valorizado nos filmes ou em quase todas as montagens produzidas por aí). Enxergo uma obra perene, universal e atual, de tal forma nossa e do nosso tempo, que parece ter nascido do âmago dos nossos problemas humanos e estéticos. Acredito que o público de teatro esteja interessado em ver uma realidade que está por trás dessas realidades imediatas de todos os dias, queira ver a essência dos personagens e do nosso tempo. Fazer o que se faz em quase todas as montagens produzidas, é diminuir a obrade Nelson Rodrigues.”
A OBRAA primeira encenação do Beijo no Asfalto foi em 1961. Encomendada por Fernanda Montenegro. O teor sexual da peça causou furor em uma sociedade profundamente conservadora. “Os casais muitas vezes saíam constrangidos no meio do espetáculo. Nelson era assim, se auto denominava um 'ex covarde' porque a sua obra tinha a coragem de desvendar tudo o que a sociedade gostaria que ficasse a sombra. No Beijo, além de mostrar com clareza a nossa Comédia Humana, pode exprimir uma verdade privilegiada para o autor, a profunda solidão do homem e a importância da fidelidade ao pensamento individual, não contaminado pelas crenças da cultura de massa.” completa Chico.
O espetáculo “O Beijo no Asfalto” faz parte da Programação Cultural do Mês de Maio #OcupaSobral, e tem a parceria e apoio do Instituto ECOA e da Secretaria de Cultura, Juventude, Esporte e Lazer de Sobral.
Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/178717686289279/
SERVIÇO:
Espetáculo “O Beijo no Asfalto”
Data: 12 e 13 de maio de 2018
Horário: 20h
Local: Theatro São João
Ingresso: Inteira R$ 10,00 / Meia R$ 5,00
Classificação 16 anos
Espetáculo “O Beijo no Asfalto”
Data: 12 e 13 de maio de 2018
Horário: 20h
Local: Theatro São João
Ingresso: Inteira R$ 10,00 / Meia R$ 5,00
Classificação 16 anos